Ator, estrela de filmes de ação, trabalhador do campo, modelo de cuecas da Calvin Klein e um motivador nato, Kellan Lutz é o homem do momento. O determinado Lutz de 25 anos fez seu nome com papéis como o atleta convencido e bonito, com pais ricos na série 90210 da CW, como um soldado vivendo no Iraque, na série Generation Kill (2008) da HBO, e como um vampiro na série Crepúsculo – um triplo de masculinidade. Ele é um super herói em espera, sem se incomodar com uma camisa desabotoada, e sedento pelo fenômeno de uma franquia própria.
Nascido na Dakota do Norte, e criado no Arizona com visitas frequentes à fazenda da família em Iowa, Lutz tem uma história que é autenticamente acidentada e totalmente americana – ao estilo de uma narrativa de Bruce Weber, que veio a se tornar uma verdadeira narrativa de Bruce Weber quando em 2004, Lutz apareceu, fotografado por Weber, na capa da revista A&F Quarterly. Mas é a vez de Hollywood agora, e Lutz está dando duro no trabalho. Nesse mês tem a regravação de A Nightmare on Elm Street; uma virada como um jogador esquentadinho de lacrosse, companheiro de Ashley Greene, de Crepúsculo, em Warrior; o independente, mistério sobre um assassinato, Meskada, com Nick Stahl e Grace Gummer; e então, mais importante, mais Crepúsculo (o terceiro da série, Eclipse, que sai em Junho). Lutz acredita em retribuição e leis da atração. Até cachorrinhos perdidos seguem ele até em casa.
Mark Jacobs: Oi Kellan, onde você está nesse momento?
Kellan Lutz: Eu estou no meu quintal, em L.A., passando um tempo com meus dois cães.
Mark Jacobs: Como são seus cães?
Kellan Lutz: Kola é uma mistura de husky com pastor alemão, que eu adotei no abrigo de animais de Compton. Kevin é o membro mais novo e mais adorável da nossa família. Ele é um Chihuahua. Eu o encontrei nas ruas quando eu voltei de uma das minhas viagens.
Marc Jacobs: Você passou um tempo em uma fazenda leiteira de Iowa enquanto estava crescendo?
Kellan Lutz: Iowa é onde ficava a fazenda grande, onde meus avós viviam. Depois que meus pais se divorciaram, nós os visitávamos. Minha mãe me mandava para o chiqueiro, onde ficavam aqueles porcos enormes. Eu ficava lá por umas seis horas, segurando uma mangueira, molhando os porcos. Eles rolavam na lama e se sacodiam, e eu iria para casa coberto de lama. Eu amava a coisa toda de ficar molhado e sujo e então tomar um banho quente.
Marc Jacobs: Você também tem experiência em pulverizar plantações e em construir silos. Você está consciênte de como essa história soa em Nova York e L.A.? Qualquer coisa envolvendo trabalho forçado nada artificial é irresistível para a indústria de estilo.
Kellan Lutz: Eu prefiro trabalho manual do que me sentar atrás de uma mesa. E como meu avô estava ficando mais velho, eu ia para lá para ajudar na fazenda. Nós destruíamos celeiros, construiríamos celeiros. Eu prefiro estar lá fora rolando feno ou dirigindo tratores.
Marc Jacobs: Então como você escolheu Hollywood?
Kellan Lutz: Eu tenho um monte de irmãos mais velhos que bagunçaram tudo de formas diferentes, bem debaixo dos olhos da minha mãe. Então eu aprendi com todos os erros deles. Eu não posso entrar em detalhes, mas enquanto eu estava crescendo, eu sempre tentava fazer disso uma meta, para aliviar um pouco do stress pelo qual minha mãe passava. Eu me aplicava na escola, com muito esforço. Eu queria sair do estado para que não precisasse depender da minha mãe. E L.A., onde meu pai vivia, parecia me chamar.
Marc Jacobs: E por que atuação?
Kellan Lutz: Em L.A., eu conheci pessoas que eram todos atores. Minha mente começou a se abrir para o que era atuação. Eu não percebi que Brad Pitt era uma pessoa de verdade. Eu não pensava que ele era um robô ou uma máquina, mas eu pensava que você simplesmente nascia dentro do meio da atuação — isso era da árvore da família, meio que como na NASCAR. Ninguém simplesmente diz, “Ei, eu vou ser um piloto na NASCAR.” Eles precisavam ter o caminho meio feito. Uma vez em L.A., eu percebi que qualquer um podia fazer isso. Porque não tentar? Eu comecei a fazer uma tonelada de aulas de atuação, e eu descobri que tinha uma verdadeira paixão por isso, provavelmente a maior paixão que eu teria na minha vida toda. Então eu decidi deixar a escola de lado, colocar todas as minhas bolsas de estudos de lado, deixar de lado tudo o que eu já trabalhei duro, por mim e pela minha mãe, e embarquei nessa montanha russa.
Marc Jacobs: Quantos anos você tinha quando você apareceu na capa de Abercrombie & Fitch?
Kellan Lutz: Dezoito. Eu estava na verdade trabalhando em L.A. em uma loja da Abercrombie para fazer amigos. Eu não tinha amigos.
Marc Jacobs: No piso de vendas?
Kellan Lutz: Eu vendia roupas. Mas eu acredito que a minha personalidade ajudou, porque eu era o pior dobrador de roupas. Eu não podia cuidar daquilo. Eu sentia como se tivesse problema de falta de atenção. Eu simplesmente andava por aí e atirava elásticos por todos os lados. De alguma forma, o gerente não me demitiu, e eu me tornei o cara que ficava lá de fora, você sabe, sem camisa e meio que atraía pessoas para dentro da loja. Então a Abercrombie fez uma audição, e minha agência me mandou. Eu conheci Bruce Weber, e eles me escolheram. Eu não era o cara mais forte, mais definido e mais bonito em cena, mas de alguma forma Bruce me colocou na capa. Eu estava só deitado na grama brincando com um besouro, e eles usaram aquela foto. Eu ainda estava trabalhando na loja quando a revista saiu dois meses depois. Eu simplesmente tive muita sorte, e isso me abriu portas para a atuação.
Marc Jacobs: Diferentemente de alguns atores, você não parecia ter que se manter distante da vida de modelo.
Kellan Lutz: É estranho que o mundo veja a coisa de modelo como algo negativo. Eu fico pensando como muitas pessoas pensam que, por eu ser modelo, eu acho que eu sou bonito e que posso usar meu visual para seguir em frente. Eu não sou bonito!
Marc Jacobs: Você realmente não se acha bonito?
Kellan Lutz: É engraçado quando as pessoas dizem que você tem “sex appeal” ou te chamam de o próximo Brad Pitt. Eu simplesmente rio. Eu não sou isso. Eu não quero ser isso. “Você é um ícone sexual.” Porque? Porque eu interpretei um vampiro em um filme? Isso tudo é muito desmerecido. Se eu tivesse o melhor abdomem do mundo ou se eu me parecesse com Brad Pitt em Clube da Luta (1999), então legal, mas eu não estou me matando de fome. Eu como o que eu quero, eu não sou doido por musculação. Minha genética é boa, mas não é tipo, um estilo de He-Man. Eu não entendo, mas aprecio. (Risos)
Marc Jacobs: E algumas vezes você simplesmente vai sem camisa correr com seu cachorro, e as pessoas simplesmente têm que lidar com isso.
Kellan Lutz: Eu não entendo porque isso é especial. Eu conheço um monte de gente que corre sem camisa porque não querem que suas roupas fiquem suadas. Eu sou simplesmente uma pessoa normal. E eu tenho quatro paparazzis sentados do lado de fora da minha casa o dia todo.
Marc Jacobs: Sua humildade é um charme, mas você alguma vez olha pra algum cara, tentando conseguir algum papel e pensa, “Eu posso te destruir com as minhas boas qualidades”?
Kellan Lutz: Eu amo competição. Eu prospero com isso. Eu amo poder ganhar a sala antes de andar pela porta. Quando eu estava saindo para Twilight, eu era um cara grande, especialmente depois de Generation Kill. Eu estava perto dos 90 kg, e tudo músculo. A descrição do personagem era de um cara grande, um lutador, um urso com um sorriso. Eu entrei na sala de espera e notei nove outros atores, e metade deles estavam tentando fazer flexões, e metade deles estava tentando parecer todo fortão. Eu ri. Eu sou muito perceptivo. Eu amo ver os caras pelo canto do olho, ficarem tipo, “Ótimo…” Porque eles vêem um cara entrando, que é totalmente a cara do papel. É engraçado. Eu não tento ser convencido, mas eu simplesmente sou muito confiante, porque eu fiz toda a minha ‘lição de casa’. Eu amo muito, muito fazer partes de personagens. Eu amo vestir perucas em audições, mesmo que algumas vezes elas não dêem certo. Eu amo tentar interpretar o cara nada confiante, o cara vai contra meu personagem normal, porque é quando a atuação realmente entra em cena.
Marc Jacobs: Então você tem quatro filmes muito diferentes vindo por aí.
Kellan Lutz: Eu tenho agora alguns ótimos projetos. Especialmente os novos. Eu amo essa indústria. Isso te mantém jovem; realmente.
Marc Jacobs: Você é muito jovem.
Kellan Lutz: Eu sempre me vejo como um jovem de coração. Digo, eu tenho 25 anos, e algumas pessoas vêem isso como ‘ficar mais velho.’
Marc Jacobs: Quem te disse que você está ficando mais velho?
Kellan Lutz: Pessoas dizem que você não pode mais brincar de colegial mais, e eu fico tipo, “Graças a Deus.” Eu quero ser do tipo de Jason Bourne. Eu não quero brincar de colegial.
Marc Jacobs: Você não tem remorsos quanto à esperar ser uma estrela de ação.
Kellan Lutz: É tudo relacionado a metas. Se você simplesmente pegar tudo o que aparecer, então você não vai chegar a lugar nenhum. Quanto mais você dizer isso pela cidade, ou em reuniões, mais começa a acontecer. É o que está acontecendo agora. As pessoas estão me vendo como um cara que quer se machucar, que quer quebrar um osso, se ferir. E foi assim que eu cresci entre seis irmãos. Eu apanhei e bati em pessoas. Eu não tenho tatuagens de verdade. Eu uso meus ferimentos e milhares de cicatrizes como tatuagens. E eu cresci amando filmes de ação. Eu adoraria trabalhar com Sylvester Stallone, e eu quase tive uma chance em The Expendables (que sai em Agosto de 2010), mas não funcionou por causa de agendas. Eu adoraria trabalhar com ele, e Mickey Rourke, Matt Damon, Daniel Craig, Jason Statham, Jet Li, Jean-Claude Van Damme… Bloodsport (1988) foi um dos meus filmes favoritos. Eu sinto como se houvessem tantos papéis por aí, e um excedente tão grande de atores que não possuem metas, que você se perde.
Marc Jacobs: Você cobriu suas bases. Você até fez um vídeo da Hillary Duff (“With Love“).
Kellan Lutz: Meu agente e a minha namorada, quando os dois queriam que eu saísse para audições. Há uma citação, acho que de Wayne Gretzky, que diz que você perde 100% das chances que você não arrisca. Isso é verdade. É por isso que eu amo sair para audições. Eu sou muito profissional, eu estudo minhas coisas, eu trabalho nisso, e mesmo se eu não sou o certo para o trabalho, e daí? Eu fiz o meu melhor.
Marc Jacobs: Você continua pegando papéis porque você é um ator talentoso e porque você é dedicado ao que você faz.
Kellan Lutz: Eu tenho muito o que aprender, e eu sou muito abençoado por trabalhar com atores tão talentosos. Eu agora estou perto da minha meta. É tudo questão de se aplicar e tirar tempo para trabalhar e treinar. Eu quero fazer isso até o dia em que eu morrer. Eu quero estar em filmes e trabalhando com pessoas que me levam a ser um ator melhor. É o que eu procuro, e é o que é importante para mim. Eu só quero testar tudo o que o Kellan é e levá-lo aos seus limites, e criar novos Kellans.
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