Eu só podia esperar e rezar para que eu pudesse ter uma carreira como a de Mark Wahlberg”, disse Kellan Lutz, o jovem ator com um abdômen invejável, cuja carreira se destaca pelos papéis de um vampiro e ainda como uma outra vítima de Freddy Krueger.
Embora tenham passados sete anos desde que ele parou de trabalhar como recepcionista sem camisa em uma loja da Abercrombie & Fitch em Los Angeles e passado para o modelo de capa em um dos catálogos mais atrevidos, e de uma participação no “The Bold and the Beautiful” e a volta ao “90210” e “Crepúsculo”, não será nenhuma surpresa o fato de que Lutz ainda é mais conhecido como o cara com estômago de tábua de lavar que não está no Team Jacob. Isto não quer dizer que Lutz não tenha talento para atuar, ou mais ambição, mas sim observar o quão longe pode ir um ator, aderindo ao simples exemplo estabelecido por Wahlbert – a Escola de Marky Mark, se preferir. A única lição é o sucesso dos “seis gominhos”.
Afinal, muito antes de Wahlberg se tornar um ator indicado ao Oscar pelo seu papel em “Os Infiltrados” e o produtor das série da HBO “Entourage”, ele era um rapper terrível, um tagarela irritante e, muito possivelmente, o maior modelo de roupas íntimas masculinas que o mundo já conheceu. Não é à toa que ele é visto como um modelo para Lutz, que está na recente safra de atores e atletas a estrelar em uma campanha para a Calvin Klein. Em 1992, quando os anúncios de Wahlberg apareceram pela primeira vez em um outdoor na Times Square e comerciais co-estrelando Kate Moss de topless, ele passou de uma estrela do rap, com uma forte base fãs na MTV, para uma sensação internacional com vídeos de ginástica, um livro ilustrado e uma frase de efeito para corresponder com seu meteórico, sem um retrospecto embaraçoso, sucesso: “Pow!”
“É uma coisa realmente muito legal”, disse Lutz, 25 anos, na semana passada durante uma entrevista concedida por telefone do set de um dos três filmes que ele está trabalhando, incluindo uma comédia romântica com Mandy Moore e um filme de gladiador com Samuel L. Jackson. A campanha, ele disse, foi uma coisa que ele sempre quis desde que começou a carreira de modelo quando era adolescente, porém foi um pouco estranho dirigir por Los Angeles em março e finalmente ver a si próprio em outdoors no Sunset Boulevard.
A timidez, a pose atrevida e o sorrido torto estavam destinados a evocar o anúncio original de Wahlberg, fotografado por Herb Ritts, que foi um enorme sucesso. Também foi polêmico porque as observações de Wahlberg e suas travessuras no palco foram interpretadas como homofóbicas, levando a protestos em frente aos escritórios do Sr. Klein. Mais tarde, ele foi mostrado em uma imagem segurando a virilha e comerciais de cuecas como rapper: “Eu tenho que usar essas durante meus shows porque se eu usar as regulares, elas ficam esticadas”.
O Sr. Klein disse uma vez, sobre seus anúncios, que ele nunca teve a intenção de ser provocativo. “É que estamos tentando ser excitantes”, ele disse. Suas campanhas de cuecas têm sido um tema de fascínio do público desde 1982, quando ele apresentou, pela primeira vez, uma imagem de Tom Hintnaus, um atleta olímpico, fotografado na ilha de Santorini, na Grécia com um foco claro em sua protuberância dentro de cuecas brancas. Parou o trânsito na Times Square. A fotografia de Bruce Weber foi citada pela revista American Photographer como uma das “10 fotos que mudaram a América”. Hintnaus pareceu um pouco frustrado com sua fama, dizendo ao Los Angeles Times, “Eu trabalhei tão duro para ser o melhor saltador de Pólo do mundo e acabei sendo mais conhecido por usar uma cueca”.
Campanhas subsequentes incluíram os medalhistas de ouro Karck Kiraly e Steve Timmons, os modelos Michael Bergin e Joel West , Ed Flory e Albert Delengue e o ator Antonio Sabato Jr., alguns deles relativamente desconhecidos na época. Aproximadamente três décadas depois, mesmo após a aposentadoria do Sr. Klein e no tempo em que músculos abdominais visíveis é uma raridade na publicidade, o trabalho de modelo de cuecas da Calvin Klein conserva um fascínio surpreendentemente poderoso. Participar de uma campanha da Calvin é o equivalente a aparecer em um desfile de moda da Victoria’s Secret.
“É simples: qualquer pessoa que represente a Calvin se torna uma estrela”, disse Sam Shahid, o diretor de arte que trabalhou com Weber e Klein em muitas das últimas campanhas. “O que é incrível é a longevidade que isso teve”.
O trabalho dispensado em uma única campanha de imagem é considerável – Lutz trabalhou com um personal trainer por semanas para ganhar massa em suas pernas de frango, desistiu de suas balas favoritas e repensou tudo que tinha aprendido em suas experiências como modelo para captar um olhar, ele disse, que sugerisse que ele podia muito bem estar andando na rua, com um sorriso e tendo uma conversa com alguém sem pensar. “Puxa, eu estou de cuecas”.
“Você tem que parecer que gosta do que está vendendo”, disse Lutz. “Não parece tão difícil, mas muitas pessoas não pensam o que realmente está acontecendo”.
O efeito, como se era pretendido, foi quase imediato.
“Eu não minto sobre isso”, ele disse. “Eu comecei a receber mensagens de texto e ligações de produtores e quando eu ia a encontros de roteiristas, as pessoas estavam sempre comentando sobre os outdoors e pedindo fotos para suas filhas”.
Olhando para a história, às vezes, é impressionante ver as conexões entre os modelos. A maioria foi para a carreira de ator e dois apareceram no mesmo filme. Dois (Wahlberg e Kjimon Hounsou) já foram até indicados a Oscars. Pelo menos três já apareceram em vídeos de Janet Jackson. Quase todos o resto, no mínimo, teve pequenos papéis em filmes e na TV, em especial seriados, como Sabato, que esteve em “Melrose Place” e “The Bold and the Beautiful”. Do atual elenco de quatro, apenas Lutz teve um reconhecimento efetivo (ele é o único que vai aparecer na loja Macy’s Herald Square no sábado para promover as cuecas), provavelmente, também, porque outros dois são atletas estrangeiros (Fernando Verdasco e Hidetoshi Nakata) e o quarto, Mahcad Brooks, de “True Blood”, na verdade, não interpreta um vampiro no seriado.
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