Nos Estados Unidos, fãs acamparam uma semana antes à espera do lançamento. No Brasil, o furor não foi tão grande, mas contou com pré-estreias lotadas e sessões já nesta madrugada. Os adolescentes não vão se decepcionar – “Eclipse” é o melhor dos três filmes. Mas ainda falta muito para o universo da escritora Stephenie Meyer soar convincente para o restante dos mortais.
A direção do terceiro longa coube a David Slade, que curiosamente traz em seu currículo outras duas produções nada inocentes: “30 Dias de Noite” – um terror sobre vampiros sanguinolentos passado no Alasca – e “Menina Má.com”, um suspense sobre pedofilia. A escolha serviu para dar um tom mais sombrio à trama sobre vampiros e lobisomens bonzinhos, e também um pouco de ação para compensar o marasmo do triângulo amoroso envolvendo Bella, Edward e Jacob. Mas, infelizmente, é o novelão chato que domina o filme.
Na trama, Bella (Kristen Stewart) está prestes a se formar no colégio e, depois disso, planeja se tornar vampira. Edward (Robert Pattinson) não concorda muito com a decisão e tenta dissuadi-la a se casar antes. Enquanto isso, Jacob (Taylor Lautner) quer provar que um lobisomem quentinho é muito melhor para a jovem que um vampiro gelado e morto-vivo.
O conflito é interrompido com a descoberta de que Victoria (Bryce Dallas Howard, substituindo a Rachelle Lefèvre) continua em busca de vingança por Edward ter matado seu namorado no primeiro filme. Para piorar, um exército de vampiros está se formando próximo a eles, comandado pelo novo personagem Riley (Xavier Samuel). E isso ainda atrai a atenção do clã Vulturi, que imagina que Bella já se tornou vampira.
É essa sub-trama que torna o filme um pouco interessante, aliada a flashbacks de personagens secundários e uma trilha sonora que conta com bandas como Muse, Vampire Weekend e The Bravery. Algumas pitadas de humor em diálogos com Bella e Jacob também conseguem arrancar risadas da plateia, mas se sairiam melhor se tivessem sido ditas por atores mais expressivos – Kristen, Pattinson e Lautner continuam extremamente fracos em termos de atuação.
Outro problema de “Eclipse” é que se trata de um filme de transição para a ação que está por vir em “Amanhecer”. Em razão disso, a história perde muito tempo no imbróglio de Bella virar ou não vampira e escolher entre Edward ou Jacob.
Além disso, é difícil levar a sério uma trama tão conservadora e um romance tão água-com-açúcar. Bella é uma heroína insossa, mas capaz de fazer dois galãs morrerem por ela. E ainda namora um vampiro (pasme, um vampiro!) que se nega a fazer amor antes do casamento. Definitivamente uma história que se adaptaria melhor se passando no século 19. Mas em tempos de artistas da Disney pregando a virgindade, também é compreensível o apelo entre os teens.
Passada a overdose deste terceiro filme, haverá um tempo para respirar, já que a primeira parte de “Amanhecer” (sim, serão dois longas) tem previsão de estreia para novembro de 2011. Pelos acontecimentos dos livros, a expectativa é de que o fim da franquia tenha menos enrolação. Assim esperamos.
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