Jackson Rathbone: ‘O Último Mestre do Ar’ confunde, mas não entretém


Eu me esforço para não pré-julgar filmes ou programas baseados em estereótipos como “filme de criança” ou “desenho para crianças”. Seguindo essa filosofia, eu consigo conhecer jóias raras como o a série televisiva em desenho “Avatar: O Último Mestre do Ar.” Infelizmente, esse filosofia pode ser esfregada na minha cara, assim como a adaptação cinematográfica do desenho, “O Último Mestre do Ar.”

“O Último Mestre do Ar” é um filme de fantasia escrito, dirigido e produzido pelo controverso diretor M. Night Shyamalan (“O Sexto Sentido”, “Fim dos Tempos”). O filme é uma adaptação da primeira temporada do já mencionado desenho da Nickelodeon, que fala sobre a saga de Aang, um garoto de 12 anos, que deve controlar todos os quatro elementos e trazer paz para um mundo devastado pela guerra.

Eu descobri que o desenho da Nickelodeon tem uma base de fãs muito grande, e, assim como sabemos, muitos fãs implicam em muitos adolescentes. Então o que iria atrair uma audiência mais velha para um desenho animado?

Bem, você pode se surpreender ao ouvir que “Avatar” é realmente muito bom. E não apenas “muito bom” nos padrões de desenhos animados para crianças. Entretenimento de qualidade. Eu poderia falar horas sobre como o enredo é sólido e, na grande parte das vezes, livre de clichês, sobre como as personagens são agradáveis e complexos, sobre como a animação é top de linha e como a mitologia da série é profunda e complexa, o que faz com que o universo imaginário pareça ser real, mas eu preciso continuar e falar sobre como a adaptação em filme foi um completo desastre.

O filme começa com uma abertura que tenta explicar o que está acontecendo no mundo de Aang: que o mundo está dividido em quatro culturas, cada uma dedicada a um dos quatro elementos essenciais. Nessas culturas vivem indivíduos especiais que podem controlar seu elemento nativo, chamados mestres nos explicam que as nações estão todas em guerra com a Nação do Fogo, e como existe um indivíduo, conhecido como Avatar, que pode controlar todos os quatro elementos, e deve manter a paz entre todos. Ah, além disso, o Avatar não é visto a mais de 100 anos, desde que a guerra começou. Oh, e esse Avatar é o único que pode se comunicar com os Espíritos, os quais influenciam o mundo com seus poderes.

Você já está ficando confuso? Mantenha na cabeça que tudo isso é apenas a história de fundo, e eu ainda não entrei no enredo atual. As chances são grandes de você não ficar confuso se já tiver visto o desenho original antes.

O desenho animado demorou muitos episódios para consolidar essa complexa história de fundo, mas o filme não tem esse luxo, então ele desajeitadamente tenta espremer tudo isso num texto de abertura. Todos os que não estão familiarizados com o material ficam confusos.

O filme esbarra nesse problema de novo e de novo, quando informações que foram dadas calmamente para a audiência durante vários episódios aqui são forçadas em vários diálogos e narrações intermináveis. Vamos falar sobre como Aang (Noah Ringer, um recém-chegado) é o Avatar e sobre como ele ficou preso num iceberg por 100 anos. Agora vamos falar sobre como Aang é um mestre do ar, e como todos os outros mestres do ar foram mortos pela Nação do Fogo quando a guerra começou e como ele ainda tem de aprender a controlar a água, a terra e o fogo. Agora vamos então falar sobre o Príncipe Zuko (Dev Patel de “Quem Quer Ser Um Milionário?”, que é a melhor coisa neste filme), e como o seu pai, o Lorde do Fogo, queimou seu rosto e o exilou até que ele capture o Avatar. Como você pode imaginar, toda a exposição cansa fácil, o que não é auxiliado pelos atores, que, tirando Patel, não são nem um pouco bons. Nicola Peltz e Jackson Rathbone em particular, que interpretam os companheiros de Aang, Katara e Sokka, são difíceis de aturar.

Resumindo, a atuação é horrível, o diálogo é infantil e ridículo, o elenco é terrível e, pior de tudo, o filme perdeu o charme que o desenho tem. Isto é, antes de tudo, uma fantasia sobre crianças que salvam o mundo; o desenho trata isso com um nível de divertimento e humor adequados, enquanto o tom do filme é tão sombrio que fica fora do lugar. Por que tão sério, Shyamalan?

Agora, tendo dito tudo isso, meus sentimentos sobre o filme estão decididamente misturados. Por um lado, é objetivamente um filme ruim, um desapontamento para meu fã interior e uma grande oportunidade perdida de dizer a um país que sempre tratou animação como uma mera coisa de criança: “Ei, olhem! Uma história forte com bons personagens e ação! E adivinha o que mais? É um desenho animado!”. Por outro lado, o filme me entreteu. Os efeitos são muito bons, existem algumas cenas realmente boas e o resto me dá uma sensação de tão-ruim-que-até-é-bom.

Entretanto, não tenho certeza se eu recomendaria este filme para alguém. Se você viu a série, o filme irá te ofender; se você não viu, irá ficar confuso. Adolescentes e adultos irão ficar irados com a péssima atuação, e as crianças, tecnicamente o público-alvo, vão ficar entediadas com todos os diálogos.

Então, a não ser que você seja como eu, alguém que já viu o filme, meu conselho é de esquecer o filme e voltar a ver o desenho animado na TV.



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