Vampiros são criaturas sedutoras. Talvez por conseguirem extravasar sensações que existem em nós, simples mortais. Talvez pelo caráter subversivo de sua não-vida. O fato é que, além de sexies, eles estão pop e acabam instigando uma analogia com a nossa própria existência.
Isso vale para Nosferatu, Drácula e até Edward Cullen. Será por isso que o protagonista da saga Crepúsculo, de Stephanie Mayer, acaba de ser eleito o homem mais sexy do mundo? Branquelo, olhos e cabelos castanhos, é lindinho, mas foge do estereótipo da sensualidade. Ele enfrenta um dilema de amor e recusa, de desejo e contenção que faz meninas e mulheres suspirarem mundo afora.
Ele não morde e reafirma nossa projeção do desejo, da vontade de querer sair mordendo por aí, de mudar a condição de uma hora para a outra. Ele procura românticos, que existencialmente esperam sedentos por um complemento. E, hoje em dia, parece tão complicado querer viver só, sem alguém para dividir o cotidiano…
Se aproveitarmos a metáfora, vampiros também não refletem no espelho. Nós, apesar de vermos nosso reflexo, muitas vezes não refletimos sobre nossa condição. Nem sempre valorizamos a vida humana, como os vampiros - pelo menos os mais moderninhos - o fazem. Ela costuma ser pensada, estimada e repensada quando estamos próximos do fim, se não só no fim mesmo.
Mais: a imortalidade, a imutabilidade do corpo, o não-envelhecimento, o sexo selvagem, o sangue e o desejo acabam tornando-se promessas quase irrecusáveis se pensarmos na tranquilidade de nossos dias. Rotina, tarefas incessantes, relacionamentos por conveniência acabam por deixar nosso lado mais vibrante adormecido, enquanto esses vampiros mortos-vivos vivem intensamente. Controverso.
A popularidade dos vampiros pode servir como estímulo para amar mais enquanto se ama, viver mais enquanto se vive e transformar pequenos prazeres em grandes alegrias. Podemos, ainda, transcender ao desejo, sem precisar derramar uma gota de sangue.
fonte:clicrbs/ via twilightfever
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